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Entrevista com Rita de Cássia S. Duque – Coordenadora de GT do CAEduca 2023

A entrevistada da vez é Rita de Cássia S. Duque.

Rita de Cássia S. Duque Mestra em Ciências da Educação, Universidad Martin Lutero (UML) Pedagoga pela Universidade Federal de Mato Grosso. Especialista na área da Educação Inclusiva com ênfase em TGD/ TEA e Psicologia Escolar e Educacional. Docente na Sala de Recursos Multifuncionais no Estado do Mato Grosso. Autora dos livros: Os entraves existentes na Sala de Recursos Multifuncionais: a partir das perspectivas dos discentes e docentes. Educação Transversal, Vitoria, 2022., Educação Especial na Perspectiva Inclusiva Para Além Do Diagnóstico. Educação Transversal, Vitoria, 2023, dentre outros. Seu principal interesse de escrita é Educação Especial e Inclusiva, (TIC Tecnologia, informação e comunicação), Formação de Professores na Educação Inclusiva e Inteligência Artificia

1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

Minha trajetória acadêmica é profundamente enraizada no estudo e prática da educação especial e inclusiva, um campo que requer uma sensibilidade pedagógica particular e uma abordagem multidisciplinar. Sou especialista nesta área e dedico minha carreira à pesquisa e implementação de métodos que visam o desenvolvimento integral de todos os alunos, valorizando suas potencialidades.

Em um contexto marcado pela ascensão das tecnologias educacionais, direcionei meus esforços acadêmicos e profissionais para entender como essas ferramentas podem ser adaptadas ou projetadas para serem intrinsecamente inclusivas. Atualmente, minha dedicação concentra-se em estudar, escrever e refletir sobre práticas referentes a tecnologias educacionais inclusivas. Sou comprometida com a ideia de que a tecnologia deve servir como uma extensão das possibilidades pedagógicas, e não como um obstáculo para os alunos que enfrentam desafios específicos.

Meus trabalhos, dos quais foram publicados em livros e periódicos, exploram as interseções entre educação inclusiva, formação de professores e tecnologias digitais, buscando sempre abordagens que maximizem o potencial de cada educando. Como citado por Vygotsky, “a educação deve considerar tanto as diferenças quanto as semelhanças entre as crianças” (Vygotsky, 1978). Esse princípio é o panorama de fundo que informa toda a minha abordagem acadêmica e prática.

É nesse cenário que acontece minha seleção para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Vejo esta posição como uma continuidade lógica de meu compromisso de longo prazo com a educação inclusiva e um reconhecimento do valor intrínseco das pesquisas e práticas que tenho desenvolvido ao longo dos anos.

Essa oportunidade se apresenta como um novo capítulo em uma já extensa trajetória acadêmica e profissional, e é com profundo respeito e entusiasmo que pretende contribuir para os avanços nos estudos e práticas de educação especial e inclusiva no âmbito do CAEduca.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?

O que mais me atrai no Congresso Internacional de Altos Estudos em Educação (CAEduca) é a capacidade da iniciativa de fundir tradição acadêmica com inovação tecnológica em um ambiente eminentemente interdisciplinar. A abertura a uma visão multiprofissional e multidisciplinar sobre a educação me parece particularmente relevante. Em um mundo cada vez mais complexo, a necessidade de abordagens interdisciplinares em pesquisa é imperativa, e o CAEduca demonstra ser um palco privilegiado para tal tipo de colaboração.

Outro elemento digno de nota é o compromisso do evento com a democratização da divulgação e produção científica. Em um cenário onde o acesso ao conhecimento de qualidade pode ser notoriamente elitizado, essa postura não apenas alarga as fronteiras do saber, mas também tem o potencial de incutir uma diversidade de perspectivas nos debates, o que é inestimável para o avanço da ciência educacional.

Além disso, a estratégia de desenvolvimento de mecanismos inovadores, como bolsas sociais e o Prêmio CAEduca, ilustra uma conscientização da necessidade de incentivo e reconhecimento do mérito acadêmico. Esses mecanismos também foram desenvolvidos para fomentar uma cultura de excelência e colaboração entre os participantes, que é amplificada pela publicação de trabalhos em livros impressos com distribuição nacional e internacional.

A plataforma online utilizada para o evento constitui um exemplo tangível de como a tecnologia pode ser empregada para potencializar o alcance e o impacto da pesquisa acadêmica. Essa dimensão tecnológica ressoa diretamente com meus interesses de pesquisa em tecnologias educacionais inclusivas e práticas pedagógicas mediadas pela tecnologia.

Por todas essas razões, o CAEduca representa para mim não apenas uma oportunidade de contribuir para o campo da educação, mas também um espaço para o aprendizado e o diálogo interdisciplinar, elementos cruciais para qualquer avanço significativo em nossa compreensão da educação no século XXI.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?

Em um contexto educacional dinâmico, nosso maior desafio é equilibrar inovação tecnológica com inclusão eficaz. Novas tecnologias podem tanto enriquecer o aprendizado quanto perpetuar desigualdades se mal aplicadas. Paulo Freire nos lembra da responsabilidade social da educação, afirmando que ela tem um papel tanto formativo quanto transformador.

Portanto, é imperativo que haja um esforço coletivo, envolvendo diversos setores como pesquisadores, educadores e formuladores de políticas, para criar estratégias e ferramentas que sejam ao mesmo tempo inovadoras e acessíveis. Tal abordagem demanda um enfoque interdisciplinar que agregue conhecimentos de áreas como pedagogia, tecnologia da informação e políticas públicas.

O compromisso com esta pesquisa interdisciplinar não é opcional; é uma necessidade para garantir que os avanços educacionais beneficiem todos os alunos, independentemente de seu status social ou necessidades educacionais especiais. Este é o cerne da temática que abordamos explorar e questionar no contexto do CAEduca.

4) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

A excelência em pesquisa acadêmica e escrita é um processo evolutivo que requer dedicação, introspecção crítica e abertura para o diálogo interdisciplinar. Se minha experiência puder servir de orientação, eu sugiro que: no tocante à produção de textos acadêmicos de alta qualidade e natureza inovadora, minha recomendação primordial consiste na dedicação meticulosa ao rigor metodológico e à profundidade analítica. A seleção de critérios de metodologias adequadas, que podem incluir tanto abordagens quantitativas quanto qualitativas, é crucial para a validade e relevância do seu trabalho.

Além disso, encorajo a constante atualização na literatura atual e emergente de sua área de pesquisa, bem como em campos interdisciplinares. Tal prática não apenas fortalece seu embasamento teórico, como também oferece insights que podem direcionar seu trabalho para horizontes ainda não explorados.

Por último, a revisão e a retroalimentação são componentes indispensáveis ​​para o aprimoramento da qualidade e da inovação. Não hesite em buscar opiniões de pares e mentores acadêmicos, e esteja aberto a compensar e reformular aspectos de seu trabalho à luz dessas considerações.

Em resumo, o comprometimento com o rigor, a interdisciplinaridade e o diálogo acadêmico são pilares que sustentam a produção de um trabalho acadêmico de excepcional qualidade e inovação.

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