A entrevistada da vez é Dailza Araújo.
Dailza Araújo é professora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Pedagoga, ativista e doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos (PPGNEIM/UFBA. Pesquisadora no grupo de pesquisa ativista Coletivo Angela Davis (UFRB) e coordenadora do Grupo de Estudos em Pedagogias, Racialidades, Educação, etnicidades e gênero – GEPREEG/UESB. Também Coordenadora do curso de Segunda Licenciatura em Educação Escolar Quilombola/UESB/PARFOR/Equidade.
1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.
Enquanto mulher negra, me tornar pesquisadora foi e é um desafio cotidiano. Por isso, busquei ampliar minha rede de contatos, apresentar trabalhos em eventos nacionais e internacionais, até que fui convidada em 2021, para fazer uma palestra em forma de mesa junto com uma pesquisadora que foi minha orientanda, desde então, pude conhecer a grandeza do CAEduca, e sempre que posso, me inscrevo para participar da seleção, este é meu terceiro ano como coordenadora de ST, e tem sido uma experiência muito relevante tanto para o campo acadêmico, profissional e pessoal. Busquei também ampliar minha carreira acadêmica, fiz mestrado e agora estou finalizando o doutorado. Sempre busco participar dos eventos, publicar textos oriundos de diversas vivências, participo de grupo de pesquisa, e hoje sou docente em uma instituição pública, onde desenvolvo trabalhos dentro do ensino, pesquisa e extensão.
2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?
O que mais me chama a atenção no CAEduca, é a variedade de temas trabalhados, o que reflete a forma como os processos educacionais são vivenciados na educação básica, no ensino superior e nas modalidades existentes de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases – LDB. Além das trocas possíveis com pesquisadores e pesquisadoras do mundo inteiro, de diversas instituições e campos de estudo. Enfatizo ainda a forma como o CAEduca possibilita a disseminação do conhecimento, através dos trabalhos apresentados e das publicações.
3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?
A temática dos temas contemporâneos na educação já se configura como uma proposta interdisciplinar, pois é necessário considerar os diversos temas que estão em vigência na sociedade devido aos fatos sociais, às estatísticas e ás políticas públicas, como por exemplo, o combate ao racismo, as questões de gênero, o cenário da educação especial, da educação do campo, da educação escolar quilombola, as questões afetivas na educação, além de pensar formas em como a educação se configura como uma ferramenta de fortalecimento da democracia, do respeito e da equidade.
4) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?
Minha dica é que busquem sempre fazer boas leituras, de fontes confiáveis e que sejam autores e autoras referência na sua área de estudo. Busquem participar de grupos de pesquisa e de eventos, pois assim, as lentes acadêmico-científicas vão sem ampliando, e consequentemente o desejo pela escrita. Não deixem de respeitar a propriedade intelectual de quem escreve, por isso, busquem as formas corretas de citar os trabalhos já publicados. E por fim, leiam! Pois, isso vai aguçar seus olhares de pesquisadoras e pesquisadores, assim, a escrita de qualidade e inovadora vai surgir de forma mais natural a partir dos relatos de experiências, das vivências no ensino, pesquisa e extensão, além da percepção da importância dos espaços não-acadêmicos como locais potencializadores do saber.
Assim, cada texto pode ser uma semente de mudança, inspirando novas leituras, práticas e debates dentro e fora do CAEduca.
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