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Entrevista com Angela Mara de Barros Lara – Coordenadora de GT do CAEduca 2025

A entrevistada da vez é Angela Mara de Barros Lara.

Angela Mara de Barros Lara é Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (1986), mestrado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1992), doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000) e Pós-doutorado em Trabalho e Educação na Universidade Federal de Santa Catarina (2012). Professora aposentada da Universidade Estadual de Maringá (2016).  Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Pré-Escolar, atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, Estado, educação, política educacional brasileira e políticas públicas. Vinculo ao Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento das Organizações – PPGGCO, Linha de Pesquisa: Educação e Conhecimento na Unicesumar – Centro Universitário de Maringá, a partir de fevereiro de 2021.

Pesquisadora do ICETI – Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação; oriento no mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações e na Iniciação Científica da Unicesumar; Pesquisa docente em desenvolvimento “A SUSTENTABILIDADE BASEADA NA EDUCAÇÃO PROPOSTA PELA CEPAL EM CONFORMIDADE COM A ODS 4: políticas públicas educacionais em destaque”; Publicações anuais em revistas qualificadas.

1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

Minha trajetória acadêmica de 37 anos sempre foi guiada por uma paixão genuína pela transformação da educação no Brasil e na América Latina. Ao longo dessa caminhada, tive o privilégio de formar centenas de professores, mestres, doutores e pós-doutores, construindo uma rede de multiplicadores do conhecimento educacional. Meus estudos e pesquisas sempre mantiveram como foco central a Educação Básica, tanto no contexto brasileiro quanto latino-americano, fundamentando minhas discussões teórico-metodológicas na perspectiva histórica e na análise crítica das bases legais que regem as políticas públicas educacionais.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?

O que mais me impressiona no CAEduca é sua natureza multidisciplinar e multiprofissional, que cria um espaço de convergência entre diferentes saberes e práticas educacionais. Esta característica proporciona aos nossos pares não apenas a possibilidade de aprofundar conhecimentos em suas áreas específicas, mas principalmente de construir pontes interdisciplinares que enriquecem nossa compreensão sobre os processos educativos. Destaco também como o CAEduca harmoniza de forma inovadora o trabalho, o estudo e a pesquisa com as tecnologias e multimídias contemporâneas, respondendo às demandas de uma educação que precisa dialogar com as linguagens do século XXI. O evento se configura como um verdadeiro laboratório de ideias, onde pensadores, intelectuais e profissionais que atuam desde a primeira infância até a educação de idosos podem compartilhar experiências e inventariar coletivamente novas possibilidades para uma educação brasileira de qualidade e socialmente referenciada.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?

O GT “Gestão da Qualidade da Educação” viabiliza pensar em novas possibilidades de articular políticas públicas com práticas pedagógicas inovadoras, superando a histórica desconexão entre as diretrizes governamentais e a realidade das salas de aula. Concebo como principal desafio dessa temática a necessidade de construir indicadores qualitativos que transcendam as métricas padronizadas e abracem a complexidade dos processos educativos. Precisamos desenvolver instrumentos de avaliação que considerem não apenas resultados quantitativos, mas também aspectos como desenvolvimento socioemocional, pensamento crítico, criatividade e capacidade de resolução de problemas colaborativos. Outro desafio fundamental é promover uma gestão verdadeiramente democrática e participativa, que envolva todos os atores educacionais – desde gestores e professores até estudantes, famílias e comunidade – na construção de uma educação que seja simultaneamente de qualidade técnica e socialmente referenciada. Esta perspectiva interdisciplinar permite que repensemos não apenas “como” gerimos a qualidade, mas principalmente “para quem” e “por que” buscamos essa qualidade educacional.

4) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

Após 37 anos formando pesquisadores, posso afirmar que a qualidade e inovação na produção acadêmica nascem de alguns princípios fundamentais que sempre saliento aos meus orientandos. Primeiro, cultivem a curiosidade epistemológica genuína. A pesquisa de qualidade começa com perguntas inquietantes, não com respostas prontas. Segundo, estabeleçam um diálogo rigoroso entre teoria e empiria. Fundamentem solidamente suas investigações, mas não se limitem a reproduzir conhecimento – criem pontes, encontrem lacunas, proponham sínteses inovadoras. A metodologia deve ser o caminho que nos leva à descoberta, não uma camisa de força. Terceiro, mantenham o compromisso social da pesquisa. Perguntem-se sempre: como meu trabalho pode contribuir para uma educação mais justa e democrática? Textos que transformam são aqueles que conectam o rigor acadêmico com a urgência das questões educacionais contemporâneas. Por fim, escrevam com paixão e clareza. A inovação também está na capacidade de comunicar ideias complexas de forma acessível, criando pontes entre a academia e a sociedade.

Assim, cada texto pode ser uma semente de mudança, inspirando novas leituras, práticas e debates dentro e fora do CAEduca.

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