O entrevistado da vez é Gabriel Ralile de Figueiredo Magalhães .

Gabriel Ralile de Figueiredo Magalhães é Pesquisador e advogado. Doutorando em Direito da Regulação (FGV Direito Rio), Mestre em Estudos Marítimos (EGN), MBA/E em Comércio Exterior (UFRJ), Bacharel em Direito (UNIRIO) e Relações Internacionais (PUC-Rio). Pesquisador líder do Jean Monnet Centre of Excellence on EU-LA Global Challenges e do Centro de Pesquisa em Direito Global da FGV Direito Rio.
Mento do GT “Oceano e Clima” da Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action (LACLIMA) e pesquisador do Grupo Economia do Mar (GEM). Advogado do escritório Valverde Ralile. Coautor do livro “The Normative and Regulatory Challenges for the Implementation of the European Deforestation-Free Regulation in Third Affected Countries: A Brazilian Case-Study” (Springer, 2026), coautor do policy brief “Challenges in the Multilateral Debate in International Forest Regulation: An Analysis of the Applicability and Impact of the EUDR” (G20, 2024) e autor do capítulo “Reciclagem de embarcações no Brasil: discutindo o estágio regulatório” do livro Transporte Aquaviário e o Brasil: a política e as políticas (setembro de 2025) e coautor do capítulo “Bringing the Blue Economy into Marine Spatial Planning in Brazil” do livro Handbook of Sustainable Blue Economy (Springer, 2025).
1) Você foi selecionada para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.
Desde cedo tive o privilégio de ser incentivado a estudar e a olhar para o saber como um todo, isto é, observando como distintas áreas se comunicam. Graças à minha família e às instituições de ensino que frequentei, aprendi o valor do conhecimento e a utilizá-lo para trazer contribuições para a sociedade. Isso inclui ter disciplina, organização, vontade de aprender e de fazer sem, contudo, abandonar a ética. Diante disso, fui motivado a buscar uma trajetória interdisciplinar, começando minha carreira na área de Relações Internacionais, passando pelo Direito e finalmente buscando conversar com outros campos do saber. Nesse meio, busquei conciliar qualificação profissional como produção de conteúdo, progressivamente me envolvendo com pesquisas científicas, participando de eventos e colaborando em grupos de pesquisa.
2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?
A interdisciplinaridade do evento e a possibilidade de interação dos mais distintos profissionais e acadêmicos, desde aqueles em começo de carreira aos mais experientes. Nesse âmbito, novos profissionais têm a oportunidade de conhecer os principais debates e discussões que estão sendo travados, a ter uma primeira experiência em um evento acadêmico de relevância e a expandir suas conexões com outros estudiosos. Por outro lado, aqueles mais experientes podem se aprofundar em discussões mais técnicas, ao passo que contribuem para orientar aqueles em início de carreira.
3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da temática?
Um dos principais desafios da pesquisa empírica é garantir a validade e a confiabilidade dos dados coletados e da análise realizada, exigindo com isso um planejamento rigoroso desde a definição da metodologia à interpretação dos resultados. Além disso, buscar novos métodos e o diálogo com outras áreas do saber é cada vez mais necessário para o avanço científico. No entanto, o desafio está em justamente transpor nossas áreas de expertise, nossos espaços “de conforto”, de forma assim a gerar pesquisas mais robustas e bem estruturadas.
4) Bom, outros pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?
Busquem enxergar o saber não como uma “caixinha” que só pode ser aplicada em determinado contexto. É necessário observar o conhecimento como algo holístico, algo que está inserido no diálogo entre diversos temas e agentes e que, portanto, enseja uma visão interdisciplinar. Além disso, tenham dedicação, comprometimento e organização como ferramentas essenciais, pois a vida acadêmica é corrida, demandante e cheia de prazos. Saber se organizar e ter força de vontade são qualidades necessárias para atender o grande volume de demandas em tempo hábil e prezando pela qualidade. Por fim, não se pode ter medo de errar, pois é um fator inerente ao processo e que contribui para o aprendizado.
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